A queda da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste terceiro mandato atingiu diretamente a quantidade de pessoas que se dizem petistas e engrossou a de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de acordo com uma pesquisa do Datafolha divulgada nesta quarta (18).

O levantamento mostra que o apoio ao ex-presidente atingiu o maior patamar na série histórica iniciada no final de 2022 e avançou de 31% para 35%. Por outro lado, Lula perdeu eleitores no período, recuando de 39% para 35% – o que ainda mostra a existência um cenário de polarização política no país.

O Datafolha ouviu 2.004 eleitores entre os dias 10 e 11 de junho em 136 municípios de todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Segundo a análise da pesquisa, a queda de apoiadores de Lula reflete a crescente dificuldade de reconquistar a confiança de parte do eleitorado. Atualmente, 40% dos brasileiros avaliam a gestão do petista como ruim ou péssima, enquanto apenas 28% a consideram boa ou ótima — o pior índice registrado nos três mandatos do petista segundo o Datafolha.

Nos últimos dois anos e meio, o instituto perguntou em nove ocasiões o quanto os eleitores se consideravam “bolsonarista” ou “petista”, em uma escala de um a cinco. O levantamento mostrou que os dois polos representam, juntos, 70% da população brasileira.

Outros 20% se consideram neutros, respondendo “três”, enquanto 7% não se identificam com nenhum dos lados e 2% não souberam responder. Estes percentuais, diz o Datafolha, permanecem estáveis desde 2022.

Para o instituto, a perda de apoio ao PT coincide com a dificuldade do governo em estabelecer uma comunicação eficaz que nem mesmo a contratação do publicitário Sidônio Palmeira para a Secretaria de Comunicação Social (Secom) conseguiu resolver. Mais recentemente, o próprio ex-ministro José Dirceu, um dos líderes históricos do PT, reconheceu que o partido tem dificuldades em dialogar com a população brasileira.

Já para os apoiadores de Bolsonaro, nem mesmo a recente acusação de supostamente liderar um plano para tentar um golpe de Estado após as eleições de 2022 é capaz de manchar sua imagem e reduzir o apoio nas ruas.

Para o Datafolha, os depoimentos da ação conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, transmitidos ao vivo durante o período da pesquisa, não afetaram significativamente a popularidade do ex-presidente entre aliados.