A pedido da Polícia Federal, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu prorrogar por mais 60 dias a investigação contra o jornalista Allan dos Santos. Ele está asilado nos Estados Unidos desde 2020, quando deixou o Brasil em meio a decisões judiciais que restringiram sua atuação.

Nesse contexto, a investigação continua vinculada aos inquéritos das “fake news” e dos “atos antidemocráticos”, ambos sob relatoria de Moraes. A nova decisão atende a uma representação movida pela jornalista Juliana Dal Piva, que atribui a Allan a participação em uma suposta milícia digital.

De acordo com a PF, esse grupo atuaria para desacreditar o STF e as investigações conduzidas pela Corte. Ainda assim, o inquérito segue em sigilo, e nenhuma condenação foi registrada até o momento.

Em abril deste ano, Moraes também ordenou que a empresa Meta fornecesse à PF os dados cadastrais de perfis alternativos ligados a Allan dos Santos. A decisão incluiu, entre outras medidas, o rastreamento de endereços de IP e a entrega de conteúdos publicados nas contas.

Allan ganhou notoriedade ao apoiar a candidatura de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018. De lá para cá, ampliou sua base de seguidores e se tornou uma das principais vozes da comunicação com viés de direita no país.

Segundo a PF, o jornalista passou a divulgar supostas “mentiras e ataques” contra instituições, magistrados e o “sistema democrático”. Por isso, Moraes optou por incluí-lo nos inquéritos que seguem em andamento no Supremo.