O senador Rogério Marinho (PL-RN) vai representar a oposição do Senado na reunião convocada para a tarde desta quarta (6) pelo presidente da casa, Davi Alcolumbre (União-AP), para negociar a desobstrução do plenário ocupado desde terça (5). Os parlamentares barraram a retomada das sessões na volta do recesso de meio de ano em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ele será o único líder da oposição a comparecer na reunião marcada às pressas por Alcolumbre, e afirmou que a obstrução será estendida enquanto o grupo não tiver uma reunião reservada com o presidente do Congresso.
“Ele fez compromissos com a gente quando veio pedir votos para se eleger presidente do Senado”, disse Portinho à Gazeta do Povo. Mais cedo, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), informou que os parlamentares da Câmara não participarão da reunião também marcada às pressas com o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB).
Segundo Marinho, a oposição tem um pacote simples de três pautas para liberar as sessões nas duas casas legislativas: anistia aos presos dos atos de 8 de janeiro de 2023, a aprovação da PEC do fim do foro privilegiado e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O grupo cobra que Motta e Alcolumbre se comprometam em pautar esses temas para acabar com a mobilização.
“Estamos em obstrução física e temos escala para manter a mobilização durante o final de semana”, emendou o senador Carlos Portinho (PL-RJ).
Os parlamentares da oposição viraram a noite se revezando nos protestos, e os senadores Magno Malta (PL-ES) e Eduardo Girão (Novo-CE) chegaram a se acorrentar à mesa do Senado. Eles avisaram que é um ato de demonstração a Alcolumbre de que não vão deixar o local enquanto as suas demandas não forem atendidas.
Em resposta, Alcolumbre tem evitado confrontos diretos, embora tenha imposto derrotas ao grupo oposicionista. Ele tem mantido contato com senadores e presidentes de comissões, solicitando a presença em suas agendas para assegurar a continuidade das atividades legislativas e preservar a imagem institucional do Senado.
Rogério Marinho será o único da oposição a participar de reunião de líderes, mas cobra encontro reservado com presidente do Senado.
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