Durante a cerimônia de 80 anos do Instituto Rio Branco, no Itamaraty, nesta segunda-feira, 4, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, rechaçou qualquer negociação com os EUA diante das exigências do presidente Donald Trump e referiu-se às sanções impostas ao Brasil como “ataques orquestrados por brasileiros em conluio com forças estrangeiras”.
Apesar de não citar nomes, as palavras do chanceler fazem referência direta à atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do jornalista Paulo Figueiredo junto ao governo Trump.
“Nesse ultrajante conluio que tem como alvo a nossa democracia, os fatos e a realidade brasileira não importam para os que se erigem em veículo antipatriótico de intervenções estrangeiras”, afirmou Vieira.
O ministro também rechaçou as críticas do presidente dos EUA, Donald Trump, contra a perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ao impor uma sobretaxa de 50% à maioria das exportações brasileiras, em 9 de julho, Trump condicionou a suspensão da medida ao fim das manobras do Supremo Tribunal Federal (STF) para prender Bolsonaro.
“A Constituição cidadã não está e nunca estará em qualquer mesa de negociação”, disse Vieira. “Nossa soberania não é moeda de troca diante de exigências inaceitáveis.
Na quinta-feira 31, Mauro Vieira esteve em Washington em reunião com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.
Depois do encontro, o ministro disse que reafirmou a independência do Brasil e o compromisso de não ceder a pressões externas, sendo esta a primeira conversa entre os chefes das diplomacias dos dois países desde o início do mandato de Trump, em janeiro deste ano.
Nos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo buscam apoio de autoridades locais para que sanções norte-americanas atinjam o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Moraes e outros sete ministros do Supremo já tiveram o passaporte americano suspenso por determinação do governo Trump. Na semana passada, Moraes recebeu sanções previstas na Lei Magnitsky.
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