CCEP News

MENU
Moraes vê como plausível violação da separação de Poderes, diz AGU
Poder360

Brasil

Moraes vê como plausível violação da separação de Poderes, diz AGU

Ministro do STF suspendeu a elevação da alíquota pelo Executivo e marcou audiência de conciliação para 15 de julho

IMPRIMIR
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.
enviando

A AGU (Advocacia-Geral da União) elogiou nesta 6ª feira (4.jul.2025) a decisão cautelar do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes que suspendeu a norma editada pelo Executivo que elevou a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e a derrubada do decreto pelo Congresso. O magistrado também agendou audiência de conciliação para 15 de julho.

Em nota, o advogado-geral da União, Jorge Messias, disse que a decisão considerou “razoável e plausível” o argumento do governo de que houve violação da separação de Poderes. Destacou a “necessidade de esclarecer a dúvida levantada pelo Congresso Nacional sobre possível desvio de finalidade dos decretos presidenciais”. Além disso, elogiou a proposta de diálogo sugerida pelo STF.

“A AGU valoriza a proposta de diálogo interinstitucional sugerida pelo STF, reconhecendo-a como um espaço importante para a resolução de conflitos”, declarou. Leia a íntegra da nota abaixo.

Em publicação no X, Messias declarou que “o princípio da separação dos Poderes se destaca como o verdadeiro triunfador”. Disse que a harmonia é um elemento que “requer dedicação e comprometimento de todas as autoridades”.

Em nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse que reafirma seu compromisso com o diálogo e que “a questão fiscal não é de responsabilidade exclusiva do Poder Executivo, mas sim um dever que cabe ao Estado brasileiro em sua totalidade”.

SUSPENSÃO DE DECRETOS
Na decisão, Moraes justificou haver fortes argumentos que indicam a razoabilidade na imediata suspensão da eficácia dos decretos e, por isso, suspendeu as decisões do Legislativo e do Executivo.

Ao marcar a audiência de conciliação, afirmou que o objetivo é “pautar as relações dos Poderes Executivo e Legislativo no binômio independência e harmonia”.

Na decisão, também estabeleceu um prazo de 5 dias para que Executivo e Legislativo expliquem os motivos das ações: o governo deverá justificar o aumento das alíquotas do IOF, enquanto o Congresso terá que apresentar as razões que o levaram a suspender os efeitos dos decretos presidenciais.

O ministro é o relator que conduz duas ADIs (Ações Diretas de Inconstitucionalidade) sobre o mesmo tema.

Uma é movida pelo PL (Partido Liberal) contra o aumento do imposto e outra apresentada pelo Psol (Partido Socialismo e Liberdade) contra a derrubada da medida pelo Congresso.

Na prática, o governo busca que o Supremo reconheça que o aumento do IOF é prerrogativa exclusiva do Executivo. Se isso for confirmado, a decisão do Congresso que barrou a medida poderia ser invalidada.

O presidente do STF, ministro Roberto Barroso, afirmou que o tribunal deve buscar uma solução consensual.

A alta do IOF fazia parte da estratégia do Ministério da Fazenda para elevar a arrecadação e cumprir metas do novo arcabouço fiscal. A estimativa da Receita era de impacto positivo de R$ 12 bilhões em 2025.

O Congresso, no entanto, derrubou o decreto em votações simbólica no Senado e expressiva na Câmara –foram 383 votos a favor da revogação e 98 contrários. A medida foi considerada a maior derrota do governo na Câmara neste mandato.

Leia a íntegra da nota da AGU:

“A propósito da decisão cautelar tomada nesta sexta-feira (4/7) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, no âmbito da Ação Declaratória de Constitucionalidade 96, que suspendeu os efeitos dos decretos questionados no processo e marcou audiência de conciliação para o dia 15 de julho, manifesto o seguinte:

“O voto do ministro-relator entende como razoável e plausível a argumentação da União sobre a violação do princípio da separação de poderes, conforme sustentado pela Advocacia-Geral da União (AGU). Além disso, destaca a necessidade de esclarecer a dúvida levantada pelo Congresso Nacional sobre possível desvio de finalidade dos decretos presidenciais, especialmente em razão do caráter fiscal das medidas.

“Nesse contexto, a AGU valoriza a proposta de diálogo interinstitucional sugerida pelo STF, reconhecendo-a como um espaço importante para a resolução de conflitos. Durante essa oportunidade, a Advocacia-Geral da União demonstrará a total conformidade dos decretos presidenciais com a Constituição, enfatizando seu adequado uso na condução da política econômica, cambial e securitária do Poder Executivo Federal.

“A AGU reafirma seu compromisso leal e dedicado ao processo conciliatório, ressaltando que o princípio democrático e, em especial, a separação de Poderes, emerge como o verdadeiro vencedor neste momento”

FONTE/CRÉDITOS: Poder360
Comentários:
Sistema ccep de comunicação

Publicado por:

Sistema ccep de comunicação

Vilson sales